Ataques Espirituais

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O TERREIRO RESPIRA, PULSA E... TAMBÉM SOFRE:

Imagine que você mora em uma localidade infestada de bandidos da pior espécie, onde os “chefes” do tráfico tentam impor sua vontade aos moradores através do medo, da agressão e das ameaças.
Imagine, também que, apesar disso - e mesmo morando lá – você monte em sua casa um núcleo de resistência à ação dos bandidos, acolhendo as pessoas que já foram agredidas, encorajando a população local à resistir e a NÃO OBEDECER aos comandos do tráfico e, ainda tornando público para toda a comunidade que você NÃO TEM MEDO e que VAI CONTINUAR LUTANDO SEMPRE contra qualquer tipo de ameaça!
Assustou?
Agora, para completar, imagine que, além da sua periculosidade, esses bandidos ainda tenham o “dom” de serem invisíveis, e poderem estar em qualquer lugar sem serem facilmente percebidos; até mesmo te acompanhando no seu dia a dia e observando tudo o que você e sua família fazem...
Dá pra visualizar?
Pois bem!
Assim é o dia a dia de um terreiro de Umbanda!
A população sofrida é toda aquela gente que chega à casa todos os dias, cheia de problemas, de desequilíbrios energéticos e de obsessões; e os bandidos são, justamente, os espíritos que as obsidiam, causando nelas doenças, dores, insucessos, sentimentos negativos, depressão, pensamentos suicidas, estímulo ao uso de drogas e tantas outras coisas daninhas.
A casa socorrista é o próprio terreiro, e quem socorre é o conjunto mediúnico da casa, orquestrado pela direção espiritual.
Da mesma forma que, lá naquela comunidade do exemplo, os bandidos tentariam usar as armas que possuem – nesse caso, pistolas, fuzis e agressão física direta – para acabar com o núcleo de resistência, em se tratando de ações espirituais, os obsessores também tentarão utilizar as armas de que dispõem.
Não serão pistolas e fuzis mas, às vezes, armas muito mais perigosas e letais, porque não atacam somente o corpo físico; atacam o físico e o espiritual, com o agravante de ainda poderem utilizá-las na surdina, ocultamente, já que não podem ser vistos pelos médiuns de regra geral, o que, muitas vezes, dificulta a solução porque o próprio médium se recusa a acreditar que possa estar sendo atacado por um espírito desse tipo.
Obviamente que, lá naquela casa da comunidade infestada de bandidos, ninguém seria irresponsável em montar um núcleo de resistência sem ter o mínimo de segurança em suas portas.
No terreiro acontece a mesma coisa: há uma série de seguranças e defesas instaladas para impedir o acesso dos bandidos espirituais, além da guarda incansável de nossos Exus e Pombagiras, os guardiões por excelência.
Mas, assim como, lá na comunidade, um ataque maciço pode, eventualmente, furar as barreiras de defesa, em um terreiro, um ataque espiritual de grandes proporções também pode, ocasionalmente, fazer com que espíritos negativos penetrem e consigam causar algum estrago.
Baseado no que já falamos, alguns pontos ficam evidentes e devem ser bem compreendidos:
O terreiro de Umbanda é uma casa socorrista que acolhe pessoas e tenta auxiliá-las a resolverem seus problemas espirituais e a serem melhores a cada dia.

Devido a esse trabalho, o terreiro de Umbanda contraria os planos do astral inferior e, por isso, chama a atenção de bandidos espirituais que NÃO DESEJAM que ele continue suas atividades.
Por desejarem ACABAR com o terreiro, os bandidos espirituais utilizam-se das armas que tiverem à disposição, sem qualquer pudor, receio ou restrição.
Sendo assim, o terreiro de Umbanda luta DIARIAMENTE contra muitas forças maléficas, negativas, às vezes MAIS CRUÉIS – e também covardes - que o pior bandido encarnado que conhecemos.
Em resumo, muitas das demandas espirituais que os terreiros de Umbanda enfrentam têm essas situações em comum.
Mas, ainda assim, há detalhes que merecem e devem ser conhecidos de todo trabalhador umbandista.
O primeiro deles é que um terreiro de Umbanda SÓ NÃO SOFRE ATAQUES se não oferecer riscos aos bandidos espirituais; ou seja, se apesar da aparência, da pompa, do nome e dos rituais, não tiver uma base espiritual sólida, conduzida pelos bons espíritos e firmemente direcionada à prática da caridade, ao auxílio e à instrução.
E isso não tem relação com o tamanho do terreiro, nem com o número de médiuns e nem com a aparência da casa.
Simples ou ricos, grandes ou pequenos, com muitos ou com poucos médiuns, há terreiros que se empenham verdadeiramente na prática da caridade e no combate ao mal e – por isso – são atacados pelo submundo astral; e outros que se empenham mais em coisas que, verdadeiramente, pouco têm de espiritual e, portanto, não configuram ameaça aos maus espíritos, nem lhes chamam atenção.
É óbvio que quando um terreiro chama a atenção do submundo astral como um núcleo de resistência à sua ação e que, por isso, deva ser derrotado, o alvo principal é sempre o seu dirigente, pois os maus espíritos sabem que, na maioria das vezes, ele é o pilar de sustentação moral, espiritual, financeira (ou tudo junto) daquela casa e que, caindo, tudo ao seu redor desmorona.
Só que, normalmente, a casa só é séria e voltada à prática do bem – a ponto de incomodar os obsessores -, se o dirigente já tiver essa consciência e o compromisso espiritual como princípio básico, como filosofia adotada em primeiro lugar PARA SI e estendida, por consequência, ao templo que coordena; afinal, espiritualmente, não há como uma pessoa construir uma obra que não reflita o que ela realmente sente.
Dessa forma, por ter consciência e determinação espiritual firmes, os espíritos negativos, normalmente, encontram dificuldade em assediar diretamente o dirigente; mas não desistem por causa disso, e usam de outros caminhos para conseguirem o que querem.
Se não conseguem atingir o dirigente de forma direta, procuram outras maneiras de, aos poucos, irem minando seu ânimo, sua saúde, sua paciência e todas as outras coisas que o ajudam a manter-se decidido ao trabalho.
E, todo dirigente, por mais comprometido e consciente que seja, têm três pontos de vulnerabilidade, ou seja, três fatores que, de uma forma ou de outra, se não estiverem fluindo satisfatoriamente poderão interferir e até acabar com o seu trabalho mediúnico.
E os maus espíritos sabem disso!
O primeiro ponto fraco é a família.
Não podendo atacar diretamente o dirigente, os obsessores sabem que se conseguirem causar confusões familiares e até crises conjugais, poderão abalá-lo emocionalmente a ponto de afastá-lo do trabalho espiritual.
E normalmente começam a atuação pelo mais fraco da família, pelo mais irritadiço, pelo que menos compreende e se envolve com o trabalho no terreiro, criando pequenas cobranças e discussões em casa, principalmente quando o assunto tende ao trabalho espiritual.
Não sabendo administrar essa situação, eventualmente, o dirigente poderá acabar ficando em uma “saia justa”, tendo que optar entre família e terreiro.
Já vi terreiros acabarem por causa disso, e já vi também, casais se separarem por essa falta de entendimento.
O segundo ponto fraco são as finanças.
Os maus espíritos sabem que sem dinheiro não há como continuar com as portas do terreiro abertas.
E, como, na maior parte das vezes, a escora financeira de muitos terreiros de Umbanda é o próprio dirigente, não conseguindo atuar diretamente sobre ele, atuam sobre companheiros de trabalho e superiores hierárquicos para que ele seja mal entendido, mal observado, preterido e dispensado e, consequentemente, suas finanças sejam atingidas.
Essa é uma situação bem complicada, porque não dependerá, direta e exclusivamente, de algo que o dirigente possa fazer, já que envolve ação e livre-arbítrio de outras pessoas.
Antes de falarmos do terceiro ponto, haveria também, um outro “calcanhar de Aquiles”, que seria a saúde.
Mas, os obsessores sabem que, nem sempre isso é condição para o dirigente encerrar seu trabalho mediúnico.
Eu mesmo já soube de casos de dirigentes que, mesmo acamados, ainda comandavam seus trabalhos sem perder o ânimo e a fé.
Por isso não enquadro os problemas de saúde como empecilho ou ponto de vulnerabilidade do dirigente consciente e comprometido com suas responsabilidades.
Mas o terceiro ponto sim, é bastante importante e comum; e pode fazer fechar as portas do templo.
Tendo certa dificuldade de atacar diretamente o dirigente, os maus espíritos procuram possíveis vítimas dentre os frequentadores do próprio terreiro; aqueles de quem possam se aproximar e inspirar pensamentos e sentimentos negativos; e que, uma vez lá dentro - tal qual uma bomba levada por um espião para ser detonada no interior da fortaleza -, possam disseminar discórdias e conflitos entre os demais médiuns, pois sabem que, conseguindo isso, enfraquecerão as defesas espirituais e energéticas da casa, além de minarem emocionalmente o próprio dirigente, que terá que gastar energia e ânimo dirimindo conflitos aqui, apaziguando ali, levando entendimento acolá.
Os primeiros alvos, após o dirigente, são os médiuns mais desenvolvidos, pois os obsessores também sabem que muito das defesas espirituais da casa são fortalecidas pelos trabalhos de seus Guias e que, normalmente, os mais desenvolvidos são mais antigos no terreiro, tendo construído, com isso, pelo próprio tempo de convivência, acesso mais facilitado às emoções do dirigente.
Se não conseguirem mexer diretamente com seus pensamentos, despertando ira, raivinhas em relação a um irmão de terreiro e mal-entendidos, tentarão de outras formas, estimulando o desânimo no trabalho espiritual, a vontade de sair da casa e até mesmo aquelas mesmas questões familiares e profissionais citadas em relação ao dirigente, como as discussões no lar, dificuldades e desemprego.
Depois do dirigente e dos médiuns mais desenvolvidos, o terceiro alvo – e que é o mais comum de ser inicialmente afetado – são os médiuns mais novos, que ainda não conhecem bem o que é o trabalho com o mundo espiritual e ainda não têm consciência de suas responsabilidades para manterem-se livres de assédios malignos, além de não conhecerem o poder de atuação do submundo astral. Por isso, geralmente não acreditam que possam estar sendo utilizados por forças maléficas para acabar com o terreiro e, muitas vezes, não são vigilantes em relação aos seus próprios sentimentos, pensamentos e atitudes, virando presas fáceis desses bandidos espirituais.
Entre médiuns assim, com a consciência espiritual ainda em desenvolvimento, é muito fácil fazer com que a visão de um deslize de um irmão de terreiro se transforme em algo gritante e insuportável. É fácil suscitar discussões, mal-entendidos, fofocas, formação de grupinhos e coisas semelhantes. É fácil, também, pela sua condição, estimulá-los a frequentar alguns lugares de baixas vibrações para que, depois, ao entrarem no terreiro, possam levá-las até lá, poluindo o ambiente espiritual com energias espúrias.
É fácil, também, despertarem pensamentos de que: 
“o terreiro é fraco”, 
“aqui não é o meu lugar”, 
“não estou com vontade de ir hoje”,
“nada está melhorando”

e outros semelhantes, assim como – nos mais suscetíveis – despertarem atrações sexuais por outros médiuns de corrente – até durante os trabalhos -, desviando a atenção da atividade espiritual e causando situações energéticas difíceis e, às vezes, complicadas de resolver.
Além de tudo isso, ainda podem tentar causar os mesmos problemas profissionais e familiares citados anteriormente e, como se não bastasse, podem até utilizar – e isso é muito comum - ex-médiuns da corrente que ainda mantêm acesso aos demais, inspirando-os, maquiavelicamente e de forma antiética, a disseminarem entre os médiuns atuais o descrédito e a desconfiança em relação ao terreiro.
Enfim, como já deu para perceber, o submundo astral 
NÃO CANSA, e irá tentar de todas as maneiras possíveis e imaginárias acabar com aquele núcleo umbandista que lhe oferece risco às ações. Evidentemente, não conseguindo êxito na atuação sobre médiuns com consciência mais resoluta e firme, atuarão sempre sobre os mais FRACOS, os mais suscetíveis e, estes, disseminando dentro do próprio terreiro os pensamentos e ações inspirados pelos obsessores, poderão contaminar – até involuntariamente – outros que talvez não fossem de tão fácil acesso, espalhando a irritação, a falta de entendimento, o descrédito, a sensualidade e outras coisas mais; necessitando, assim, de ação corretiva imediata do dirigente ou, caso contrário, acarretando o fechamento das portas da casa.

Como falei no início, é óbvio que, apesar de tanta ação negativa, o terreiro e seus médiuns contam sempre com proteção espiritual, não estando à mercê, indiscriminadamente, da ação dos malfeitores espirituais. Mas os nossos guardiões nada – ou pouco – poderão fazer, se seu médium “curte” e alimenta os pensamentos sugeridos pelos obsessores, fazendo pouca força faz para mudar ou resistir; porque, aí, a situação deixa de ser somente uma atuação externa, e passa a ser questão de livre-arbítrio, com o próprio médium embarcando – quando tinha como resistir – “na onda” do submundo astral, entregando-se facilmente ao “disse-me-disse”, à irritação, ao desânimo, à depressão, à auto piedade, ao “não quero ir pro terreiro hoje”, à irresponsabilidade sexual, ao “não gosto de fulano mesmo!” e a outras condições semelhantes.
Quando entramos para um terreiro de Umbanda, queremos sim ser ajudados.
Mas aquela mesma instituição que nos ajuda paga um alto preço por essa ação.
Ela é atacada constantemente; ela é perseguida e necessita da NOSSA ajuda para que possa nos ajudar! Nossos guardiões nos protegem, mas sempre há limites! E esses limites são proporcionais à nossa consciência e compromisso com a casa e com as condições que lhe damos para continuar suas ações.
Temos que ter responsabilidade sobre o que fazemos, pensamos e sentimos em relação ao terreiro e ao trabalho espiritual.
Não podemos ficar de braços cruzados, passivos, esperando que nossos Guias façam tudo pelo terreiro e por nós mesmos! Temos a nossa parcela de responsabilidade e não podemos agir de qualquer forma a bem de nossas paixões.
Se queremos ser ajudados pelo terreiro, temos, então, que dar-lhe chances de nos ajudar! Temos que fazer nossa parte! Ele é um ser vivo, que respira, que pulsa.
E cada um de seus integrantes é uma de suas células. Temos que enxergá-lo, portanto, como um único organismo e visar SEMPRE o bem-estar desse grande corpo que nos abriga.
Afinal, mesmo nos maiores organismos existentes, basta uma única célula cancerosa para espalhar o tumor e, se não houver cuidados, matar quem antes a alimentava.


Pense nisso!
Amplexos,
Tata Luis
A Centelha

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